Snow Effect

28/10/2011

Sobre o significado da rúbrica côr nos julgamentos do Arlequim Português



Foi com grande espanto que vi um post no blog do meu amigo e colega criador Armindo Tavares. Como ninguém o comentou, presume-se que foi tacitamente aceite pela comunidade ornitófila. Como julgo que em si contém um erro grave, mas de fácil explicação. Passo a dar a minha opinião técnica.
Um arlequim Português foi dado, presumo eu, como ave atípica e classificada como não julgável. A justificação técnica do sr. Juiz italiano foi que o mesmo não possuía uma mancha melanica negra. Desafio aqui publicamente a quem me diga onde, no standard do Arlequim Português aprovado pela COM-OMJ e actualmente em vigor, se exige tal requisito. Na verdade, e não é preciso ser juiz, basta ler em bom português, no referido standard, o que está lá plasmado na rubrica côr e passamos a citar: “Multicolor e equilibradamente variegada com factor vermelho. Coloração artificial obrigatória”. Quando se fala em côr variegada, referimo-nos ao lipocromo e à melanina, que devem apresentar-se de forma equilibrada pela plumagem da ave. Se quanto ao lipocromo nada se discute, por exemplo ninguém fala da mutação marfim, o mesmo não se passa quanto à melanina.
Não me querendo alongar no tema, mesmo assim teremos que mencionar que esta divide-se em quatro grupos principais. A melanina negra, a ágata, a castanha e Isabel. Esta  ainda comporta a melanina oxidada (negros e castanhos) e a melanina diluída (ágata e Isabel) resultante da redução da eumelanina. Estes grupos são depois caracterizados por várias mutações, a saber; Pastel, Asa Cinza, Opala, Feo, Satinet, Topázio, Eumo, Onix, Cobalto e provavelmente num futuro próximo a mutação Jaspe. Sejamos pois claros e que não restem dúvidas.
Quando se fala em melaninas admitem-se a julgamento todas as melaninas e não somente aquelas que alguns, por razões que nada tem a ver com o standard, preferem. Inclusive as mutações que acabei de enumerar, que são todas melânicas. A gravidade deste erro é que foi cometida por um Juíz e reiterada por pessoas avisadas, que deveriam desde logo serem as primeiras a chamar a atenção para esta interpretação aberrante do standard aprovado mundialmente.  

2 comentários:

  1. Boa noite Carlos.
    Os meus parabéns, isso sim chama-se elucidar as pessoas do que é ou não tecnicamente correto na observação e interpretação do standard do arlequim.
    Um abraço e já agora boa sorte para a expo de Peniche da qual também vou participar.
    Cumprimentos
    Nuno Figueiredo

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  2. Boas Carlos,
    Excelente artigo elucidativo.
    Parabéns pela postagem.

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